A segurança de uma criança está relacionada com o amor demonstrado pelos pais entre si. O mau relacionamento entre o casal pode afetar diretamente os filhos, sem que muitas vezes os pais percebam. Presenciar uma cena de briga, discussão e até mesmo a indiferença demonstrada entre o casal gera muita angústia nos filhos. Eles sentem-se na obrigação de tomar partido de um deles, mesmo não havendo necessidade.
Na verdade, os problemas presentes no relacionamento do casal devem ser discutidos longe das crianças, para que nenhum deles perca a autoridade diante dos filhos. A família é o lugar onde se desenvolvem as estruturas psíquicas, onde as crianças formam sua identidade e desenvolvem seu emocional, por isso é de suma importância viver num ambiente saudável.
Em casos mais extremos, quando é necessária a separação, o casal passa por um desgaste emocional muito grande, que acaba gerando nos filhos um curto ou longo trauma. Na primeira hipótese os filhos sentem-se aliviados com a separação, pois diminuem os conflitos, e se vêem livres de um ambiente caótico e amargurante, mas isso não quer dizer que não se sintam frustrados de não tê-los mais juntos. Porém na maioria dos casos, os filhos sofrem bastante, e isso acaba refletindo no rendimento escolar, baixa autoestima, problemas emocionais e amadurecimento precoce.
Para amenizar o sofrimento, e evitar que se sintam inseguros ou rejeitados, os pais, independentemente da situação (separação ou crise no casamento), devem conversar com seus filhos e deixar claro que o conflito é estritamente limitado ao casal, e que o amor por eles sempre irá permanecer.
É importantíssimo ressaltar que a concepção que as crianças têm sobre o amor pode influenciar na maneira como elas vão administrar seus sentimentos e lidar com os relacionamentos amorosos. Dentre as consequências estão a insegurança, o ciúme, a possessão, a dificuldade em demonstrar sentimentos ou demonstrá-lo excessivamente, entre outros.
Contudo, apesar de existirem casos em que é devidamente necessária a separação do casal, também há outros em que o relacionamento ainda pode ser restituído e a família recuperada.
Natália Del Padre - psicóloga (Santo Antônio da Platina)
Folha de Londrina – 26-05-2009
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