segunda-feira, 17 de março de 2014

PROVAS PIAGETIANAS

Aplicação Provas Piagetianas

Na Epistemologia Convergente todo o processo diagnóstico é estruturado para que se possa observar a dinâmica de interação entre o cognitivo e o afetivo de onde resulta o funcionamento do sujeito (BOSSA, 1995, p. 80)
Conforme
 Weiss,a teoria piagetina ressalta a importância de entender a qualidade de pensamento. As provas operatórias têm como objetivo principal determinar o grau de aquisição de algumas noções-chave do desenvolvimento cognitivo, detectando o nível de pensamento alcançado pela criança, ou seja, o nível de estrutura cognoscitiva com que opera. (2003, p. 106).
Ela ainda nos alerta que não se deve aplicar várias provas de conservação em uma mesma sessão, para se evitar a contaminação da forma de resposta. Observa que o psicopedagogo deverá fazer registros detalhados dos procedimentos da criança, observando e anotando suas falas, atitude, soluções que dá às questões, seus argumentos e juízos, como arruma o material. Isto será fundamental para a interpretação das condutas.
Para a avaliação as respostas são divididas em três níveis:
· Nível 1: Não há conservação, o sujeito não atinge o nível operatório nesse domínio.
· Nível 2 ou intermediário: As respostas apresentam oscilações, instabilidade ou não são completas. Em um momento conservam, em outro não.
· Nível 3: As respostas demonstram aquisição da noção sem vacilação.
Muito interessante o que Weiss nos diz sobre as diferentes condutas em provas distintas:
...pode ocorrer que o paciente não obtenha êxito em apenas uma prova, quando todo o conjunto sugere a sua possibilidade de êxito. Pode-se ver se há um significado particular para a ação dessa prova que sofra uma interferência emocional: encontramos várias vezes crianças, filhos de pais separados e com novos casamentos dos pais, que só não obtinham êxito na prova de intersecção de classes. Podemos ainda citar crianças muito dependentes dos adultos que ficam intimidadas com a contra-argumentação do terapeuta, e passam a concordar com o que ele fala, deixando de lado a operação que já são capazes de fazer (2003, p. 111).
Em relação a crianças com alguma deficiência mental ela nos diz que:
No caso de suspeita de deficiência mental, os estudos de B. Inhelder (1944) em El diagnóstico del razonamiento en los débiles mentales mostram que os oligofrênicos (QI 0-50) não chegam a nenhuma noção de conservação; os débeis mentais (QI 50-70) chegam a ter êxito na prova de conservação de substância; os fronteiriços (QI 70-80) podem chegar a ter sucesso na prova de conservação de peso; os chamados de inteligência normal "obtusa" ou "baixa", podem obter êxito em provas de conservação de volume, e às vezes, quando bem trabalhados, podem atingir o início do pensamento formal (2003, p.111-112).
Visca também reuniu em um outro livro: Técnicas proyetivas psicopedagogicas, as provas projetivas, cuja aplicação tem como objetivo investigar os vínculos que o sujeito pode estabelecer em três grandes domínios: o escolar, o familiar e consigo mesmo, através dos quais é possível reconhecer três níveis em relação ao grau de consciência dos distintos aspectos que constituem o vínculo de aprendizagem.
Sobre as provas projetivas Weiss observa que:
O princípio básico é de que a maneira do sujeito perceber, interpretar e estruturar o material ou situação reflete os aspectos fundamentais do seu psiquismo. É possível, desse modo, buscar relações com a apreensão do conhecimento como procurar, evitar, distorcer, omitir, esquecer algo que lhe é apresentado. Podem-se detectar, assim, obstáculos afetivos existentes nesse processo de aprendizagem de nível geral e especificamente escolar (2003, p. 117)
entos do sujeito ma tentativa de compreender as transformações da realidade.
Piaget dividiu em 6 provas principais.
Não-conservação
Quando é apresentada para a criança não-conservadora a primeira deformação da bolinha de massa de modelar, esta irá julga-la maior, mantendo este julgamento mesmo que o experimentador insista sobre a dimensão negligenciada pela criança (ex. salsicha mais fina, mas mais comprida).
O problema da “volta empírica” é resolvido corretamente ou não pela criança.
Intermediário
Oscila entre a conservação e não-conservação: numa mesma deformação a criança pode alternar seus julgamentos ora como iguais ou diferentes; faz julgamentos de conservação e não-conservação alternada nas diversas deformações; e pode apresentar alternância de julgamentos quando é contra-argumentada pelo entrevistador.
As justificativas da criança são pouco explícitas e incompletas.
O problema da “volta empírica” é resolvido corretamente pela criança.
Conservação
As quantidades são sempre julgadas iguais, usando o argumento de “identidade”, de “reversibilidade”, ou de “compensação”.
Os julgamentos de conservação se mantêm apesar das contra-argumentações.
ATENÇÃO: É necessário que no decorrer daaplicaçãio da prova haja um momento de confronto, em que é feita a transformação da realidade na frente da criança. a fim de observamos de ela entendeu o processo de conservação de números, ou fica apenas no aspecto visual dos objetos.
CONSTRUINDO UM KIT DE PROVAS PIAGETIANAS
1. Faça uma caixa criativa, de papelão, madeiar, ou forrada de tecido
1. Conservação de números
Material: 11 circulos pequenos Vermelhos e 11 Círculos azuis (pode ser tampinha de garrafa, EVA, papelão...)

A criança recebera um saquinho com 22 fichas, explicamos a ela que as fichas estavam divididas em dois grupos, um grupo de ficha azuis e outro de ficha vermelha. não deixar explicita, em momento algum, a quantidade de ficha A criança deve, no decorre da aplicação da prova, contar a quantidade, se considerar necessário.
Montar uma fileira horizontalmente com as fichas azuis e pedir a elas que montem uma fileira igual a nossa. Perguntar se há mais azuis ou mais vermelhas.
Confronto: A transformação será feita na frente da criança, ampliando o espaço entre as fichas azuis, perguntar novamente se hás mais fichas azuis ou mais fichas vermelhas
.

2. Conservação da Matéria
Material: 
Massa de modelas de duas cores (Compre uma caixa de modelar, pois para essa prova, usou uma vez, não pode usar novamente, pela questão do visual)A criança deve perceber que a mudança de formato do objeto não interfere na quantidade de matéria do qual ele é composto.
Apresentar uma caixa de massinha de modelar com seis unidades. Retirar da caixa e mostrar às crianças que todas eram do mesmo tamanho. Pegar uma massinha amarela e outra vermelha (ou outra cor) e fazer duas bolinhas iguais. Em seguida, perguntar à criança em qual das duas bolinhas elas acham que há mais massinha.
Confronto: Realizar a transformação, na frente das crianças: pegar a bolinha amarela e fazer no formato de bolinha. Perguntamos se há mais massinha na bolinha vermelha ou na cobrinha amarela.
Verificar se as crianças compreendem a prova de conservação da matéria, e as transformações ocorridas perante seus olhares, como acompanharão o processo de transformação.

3. Conservação de Área

Material: 2 pranchas verdes retangulares de 20x25cm (pode ser EVA, papelão pintão, papel cartão...), 8 quadrados vermelhos de 4x4 e 2 vaquinhas (EVA, cartolina, biscuit, de plástico...).

Colocar diante das crianças duas placas para representar pastos. Dar a elas duas vaquinhas do mesmo material. Explicar que elas devem colocar as vaquinhas nos pastos. Pegar dois quadrados exatamente do mesmo tamanho para representa a moita de capim que a vaquinha iria comer. Distribuir uma moita de capim em cada pasto. Perguntar em qual dos dois pastos há mais capim.
Confronto: Pegar mais dois quadrados do mesmo tamanho e distribuir da seguinte forma: no pastor da esquerda colocar as moitas lado a lado no sentido vertical e no pasto da direita as duas separadas horizontalmente. Perguntar em qual há mais capim.


4. Conservação de líquidos

Material: Copo de vidro (um copo transparente)

Pegar dois copos cilindrico do mesmo tamanho, pedir a criança que nos ajude a medir a quantidade de água, de forma que fiquem igual nos dois copos.
Depois de colar a água na mesma altura nos dois copos, perguntar em qual deles há mais água.
Confronto: Pegar um copo alto e fino, transportar agua de um dos copos iniciais para esse, em seguida interrogar em qual dos copos há mais água.
As crianças que responderem o copo alto e fino ainda não conseguiram estabelecer a equivalencia entre os líquidos dos recipientes, o raciocino foi baseado em aspectos visuais.

5. Seriação de palitos.

Material: conjunto de 10 palitos com tamanhos diferentes (palito de sorvete)
"A seriação consiste na capacidade de organizar mentalmente um conjunto de elementos em ordem crescente ou descrecente de tamanho, peso ou volume." (Wadsworthm 1996)

A criança recebera palitos de diferentes tamanhos, deverão arruma-los de menor para o maior como uma escadinha, todos juntos.

6. Inclusão de classe (esse é o mais dificil se vc errar uma parte vc acaba confundido a criança e não alcançado seu objetivo, já tive essa experiência hihihi)

Material: 10 margaridas (EVA, desenho, papelão, papel cartão), 3 rosas, 10 coelhos

O material apresentado a criança consiste em um saquinho contendo varias flores e coelhos. Explicar que as flores estavam dividis em dois grupos: um de flores chamadas margaridas e outro de flores chamadas rosa. Colocamos cinco margaridas lado a lado e, na fileira abaixo, três rosas lado a lado.Indagamos: Há mais flores, mais rosas ou mais margaridas?
Depois da resposta, procure questionar para conhecer melhor o pensamento da criança.

A questão seguinte será apresentada desta forma: Se nos tirarmos uma rosa, ficaremos com menos flores, menos rosas ou menos margaridas?

Pegar os 10 coelhos que estavam dentro do squinho com as flores e colcar numa mesma fileira lado a lado, logo em abaixo das rosas. Formular uma nova questão: Há mais flores, mais roas, mais margaridas ou mais animais?

Observar todo o comportamento da criança durante a sessão, registrando inclusive as falas.

Piaget, em Psicología de la Inteligência, coloca que:
O indivíduo não atua senão quando experimenta a necessidade; ou seja; quando o equilíbrio se acha momentaneamente quebrado entre o meio e o organismo, a ação tende a reestabelecer este equilíbrio, quer dizer, precisamente, a readaptar o organismo... (PIAGET apud VISCA, 1991, p. 41).

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